Luciene Silva

Luciene Silva

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Amor estranho amor.



Observando alguns recados de amigos, no tão bem e mal falado Orkut, vendo fotos, matando saudades (se é que tal sentimento tem como se matar), fui salteando de perfil em perfil e, em certo momento, passei a analisar os casais, aqueles que fazem questão de colocar fotos e são vistos abraçadinhos, se beijando, com frases tipo: “amor da minha vida”, ou “encontrei minha alma gêmea”... Como é bom demonstrar ao mundo que estamos amando, que o amor existe!
Mas, espera um pouco, o que é esse amor?
O amor que troca seu parceiro ou parceira, de dois em dois meses?
Amor de “test drive”? “Ficamos; se não der certo, você vai pra seu lado e eu fico no meu.
Na era dos “descartáveis”, os sentimentos mais puros são banalizados, viraram lencinhos de papel.
Numa busca incansável da tal, “química” ou “matemática perfeita do amor”, vai-se deixando um rastro de mágoa e decepção, aumentando o índice de depressivos.
Um dos meus amigos trocou de “amor da sua vida” seis vezes em menos de um ano, isso mesmo: SEIS vezes. Tudo bem, Vinicius já dizia: “que seja eterno enquanto dure”. Poxa, que eternidade curtinha!
Há esse amor contemporâneo! Antes dizíamos “namorando”, quando pegávamos nas mãos e andávamos pelas ruas da cidade; hoje, tem que pôr no Orkut.
Um amigo que admiro muito, colega de trabalho, jornalista e comentarista Nilton Pereira, casado há mais de 32 anos, confidenciou-me que sempre questiona a esposa, (que, para ele, é a mulher mais perfeita do mundo), como ela foi azarada, tão linda e promissora, por se casar com ele.
Arnaldo Jabor, disse: “Ah, o amor, essa raposa! Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim. Meu amigo (e colega de trabalho) demonstrou que é possível sim. Aliais, quando se trata de amor, tudo é possível, quando os dois querem, não adianta só um querer, tem que ser os dois. E como é lindo, gratificante, e até (por que não?) uma bela dose de esperança, ver e ouvir Nilton Pereira dizer: “O amor da minha vida tem o maior cuidado com minhas roupas. O amor da minha vida, a mulher da minha vida, está me esperando para almoçar.
Enquanto isso, o troca-troca vai rolando na era virtual.
Oh, Imperfeito amor!
Onde será que anda o tal Cupido? Será que sofreu algum acidente? E, mais cego que antigamente, anda atirando suas flechas em corações vazios.  



 Beijo e Cheiro
Luciene Silva
  

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