Quem paga pelo acidente de trabalho.
O Brasil foi o primeiro país a ter um serviço obrigatório de segurança e
medicina do trabalho em empresas com mais de 100 funcionários, isto em 1972,
desta data ate hoje já se passaram 40 anos, e os números estão cada vez mais
assustadores, dados citados pela presidente do Sindicato Nacional dos Auditores
Fiscais do Trabalho (Sinait), Rosângela Silva Rassy, em audiência pública na
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH),disse que 3,8
milhões de acidentes de trabalho ocorreram no Brasil no período de 2005 a
2010 mataram 16,5 mil pessoas e incapacitaram 74,7 mil trabalhadores.
Para o presidente do Sintespar – Sindicato dos Técnicos de Segurança do
Trabalho do Estado do Paraná, Adir de Souza, “os números são preocupantes! O
Brasil tem normas, leis maravilhosas, o que falta é serem cumpridas. Em 34 anos
na área de segurança no trabalho, sempre digo que é questão de CULTURA, uma
“cultura prevencionista”, você vê artista defendendo ararinha azul, o mico leão
dourado, os bois do rodeio e não vê ninguém defendendo o SER HUMANO, o
trabalhador que tem família, que necessita de uma condição digna de trabalho.”
Estatísticas mais recentes da Previdência Social mostram que em 2009
foram registrados 723,5 mil acidentes de trabalho no Brasil. Destes, quase 2,5
mil terminaram em mortes, uma média de quase sete por dia, Goiás registra
diariamente, em média, 45 acidentes de trabalho. Mais de três trabalhadores
perdem a vida a cada mês nesta situação, segundo dados da Superintendência
Regional do Trabalho e Emprego no Estado. Nos dados, não entram o
funcionalismo público e de trabalhadores informais. Os gastos do governo com
auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadorias por invalidez chegam a R$
10,7 bilhões por ano.
O custo dos acidentes e doenças do trabalho para o Brasil chega a R$ 71
bilhões por ano, o equivalente a quase 9% da folha salarial do País, da ordem
de R$ 800 bilhões. O cálculo é do sociólogo José Pastore, professor de Relações
do Trabalho da Universidade de São Paulo (USP). “Trata-se de uma cifra colossal
que se refere a muito sofrimento e perda de vidas humanas.” Para chegar a esse
número, Pastore somou os custos para as empresas, para a Previdência Social e
para a sociedade. Para as empresas, segundo ele, dividem-se basicamente em
custos segurados e não segurados, num total de R$ 41 bilhões.
Enquanto existir a cultura da CULPABILIDADE ( busca
apenas dos culpados)e não houver uma mudança para CULTURA
PREVENCIONISTA, esses números tende só a crescer.
Essa conta quem paga somos todos nós.
Pense nisso!
Luciene Silva – Tecnóloga em
Segurança no Trabalho